Rafael Medeiros é administrador de empresas e triatleta amador. Treina com a equipe Márcia Ferreira e recentemente viveu uma experiência marcante no IM 70.3 Rio de Janeiro. Aos 33 anos, Rafael conta como o triathlon entrou na sua vida e que lugar ocupa atualmente.
Há quanto tempo você pratica triathlon e como chegou a esta modalidade?
Pratico triathlon há três anos. Fiquei sabendo um pouco mais sobre ele durante uma viagem, através de pesquisas na internet. Achei que tinha tudo a ver comigo pelo nível de desafio. De volta ao Brasil, encontrei um amigo da empresa que estava se preparando para o Ironman e pensei: “Esse esporte está me seguindo!” (risos).
Então iniciei minha trajetória para participar de algumas competições. Fiz até uma tatuagem antes de fazer provas. Isso foi motivo de muita zoação. Meu primeiro Rio Triathlon foi um caos. Fui o penúltimo a sair da água, o pedal foi um desastre e na corrida andei bastante. Mas todo o treinamento foi feito por conta própria, o que não se deve ser feito!
E como surgiu a vontade de fazer o Rio 70.3?
Minha esposa teve uma gravidez com alguns contratempos e eu prometi que “se o meu filho viesse forte e saudável, pagaria esse sacrifício com muito suor e lágrimas. No ano seguinte do nascimento faria um IM70.3!” Realmente pra mim foi um desafio. Com apenas um short triathlon, partir para um 70.3 parecia loucura! Mas para colher os ganhos da promessa o desafio tinha que estar altura. Foram 11 meses de treino para isso.
Fale um pouco sobre o 70.3 Rio. Dificuldades da prova, de cada modalidade, transições, etc
IRONMAN 70.3 RJ! Que prova fantástica. Dura demais! O dia 6 de novembro de 2016 vai ficar marcado. O dia em que nadei 1.900 metros, pedalei 96k (o mané aqui errou o retorno e pedalou um pouquinho mais) e corri 21K.
Saí da água muito bem, tão bem que pensei “posso dar um gás no pedal” já que é a minha parte mais fraca. Foi aí que me dei mal. Faltando alguns quilômetros para o fim do pedal peguei um vento contra que me obrigou a fazer um esforço dos infernos. Cheguei na corrida sem pernas. Elas ficaram grudadas na sapatilha junto ao pedal da bike (risos). Mas é aí que uma equipe faz a diferença. Cada volta que fazia escutava o apoio da Equipe Márcia Ferreira, que me lembrava de cada treino orientado pela Márcia. Ela sabe exatamente em que momento da prova o nosso “sapato vai apertar” e nos prepara para lidar com isso.
Foi duro administrar treinos, trabalho, família?
Duro demais, principalmente os treinos da madruga e dos fins de semana. Temos que abrir mão de muitas coisas. Na minha situação, em que ninguém sabia porque eu estava fazendo isso, era comum ser chamado de louco. Mas gostei tanto que tenho a certeza de que farei outro.
Completar uma prova 70.3 muda de alguma forma sua visão ou disposição de continuar a praticar triathlon?
Com certeza! Uma preparação para uma prova dessa muda por completo seu estilo de vida e ajuda a valorizar o tempo que temos para viver a vida. Dormir muito não faz mais parte do meu cotidiano.
Qual o alvo a partir de agora? Pensa em Ironman?
Penso sim, mas a longo prazo. Acho que temos que sempre pensar em algo maior do que já fizemos. Isso nos mantém vivos. Mas é preciso priorizar sempre a segurança.
O que importância o triathlon tem para você atualmente?
Colocou meu estilo de vida em outro patamar. Alimentação, superação e principalmente o senso de acreditar que se quisermos fazer algo, nós faremos!
É possível levar para a rotina profissional e familiar experiências do esporte?
Sim. Principalmente a parte psicológica, estratégica e de autocontrole.