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Economia de corrida: para que serve e como aprimorá-la?

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Com o passar do tempo, após anos seguidos de treinamento, os atletas de endurance parecem atingir um certo nível de performance dificílimo de ser sobreposta. Certamente, este nível de desempenho está relacionado diretamente com os fatores que influenciam o condicionamento e consequentemente os resultados. São fatores de características fisiológicas (potência aeróbica máxima, limiar anaeróbico, limiar ventilatório, concentração de ácido lático); antropométricas (peso, altura, percentual de gordura corporal); biológicas (idade, capacidade pulmonar, capacidade cardiovascular), e nutricionais (alimentação e suplementação).

Márcia Ferreira, treinadora e ex-atleta profissional, explica que o desenvolvimento destes fatores, associados à carga genética e disposição, será os ingredientes para a formação de um bom atleta. Mas como continuar evoluindo quando já não há o que extrair dessas características? “A economia de corrida também influi na performance dos atletas. Pode-se dizer que entre os mais bem treinados e com habilidade e potência aeróbica máxima semelhantes a economia de corrida é a responsável pelas variações de desempenho”, diz a treinadora.

A expressão ‘economia de corrida’, para a ciência esportiva, refere-se a algo semelhante ao que ocorre com os veículos motorizados, ou seja, a economia de combustível. Corredores, assim como os veículos precisam de combustível para ter um bom desempenho e tal como estes também apresentam o consumo bastante variado. Porém, no caso dos corredores, o combustível será proveniente do alimento (energia química) que o organismo irá transformar em movimento (energia mecânica) e medido através do consumo de oxigênio para realizar uma tarefa, desta forma, um menor gasto de energia significa uma maior economia feita pelo organismo.

“Conceitualmente, economia de corrida é definida como o custo energético na execução do ato de correr, ou seja, o volume de O2 consumido para uma distância percorrida. Além do nível de treinamento, interferem na economia de corrida, o sexo (homens são mais econômicos), idade, composição corporal e capacidade muscular de armazenar energia”, explica Márcia Ferreira.

Mas como melhorar ou aprimorar nossa economia de corrida? A treinadora explica que para começar é preciso que o estilo de correr seja o mais natural possível, já que modificações bruscas implicam um maior gasto energético. Contudo, deve-se sempre aperfeiçoar este estilo através de algumas correções e aperfeiçoamento na biomecânica e na forma de respirar. A postura adequada é importante para uma melhor eficiência mecânica, o que permite uma maior economia de energia para o movimento realizado.

“Para muitos correr é apenas colocar um pé após o outro, não se esquecendo de alterná-los. Mas conforme a distância e a velocidade aumentam pequenos erros na postura ficam mais evidentes e com isso causam maior desperdício de energia, o que pode levar a uma fadiga precoce. Além do treinamento específico (a corrida), os educativos são um grande aliado para aprimorar a técnica e melhorar a economia de corrida”

Na prática, melhorar a economia de corrida ou eficiência de movimento, significa gastar menos calorias para uma mesma velocidade e esforço. Além das diferenças no estilo de corrida de cada um, interferem na economia de corrida e em como ela será aprimorada, os defeitos posturais, tipos de pisada, alinhamento de coluna, quadril, tornozelos, etc. Um problema pode ocasionar outro gerando uma menor economia de corrida.

“Uma pisada pronada ou supinada severa pode desencadear problemas no joelho e no quadril, comprometendo uma biomecânica eficiente. O aprimoramento da mecânica do movimento, corrigindo eventuais erros e executando os exercícios educativos, melhora o condicionamento físico geral e especifico do esporte. E se você consegue diminuir as calorias gastas em uma determinada velocidade, gastando o mesmo número de calorias que anteriormente gastava, vai conseguir correr mais rápido”, completa Márcia Ferreira.

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